sexta-feira, 8 de junho de 2012

Zeladores de Bairro, voluntários. Um bom exemplo vindo de Agualva.

 
Ainda durante este mês, a freguesia de Agualva vai passar a ser percorrida por seis zeladores de bairro, cidadãos voluntários a quem compete alertar a Junta de Freguesia ou a PSP para situações anómalas no espaço público. Criado pela Junta de Freguesia de Agualva, no âmbito do processo de Agenda Local 21, o projecto arranca com seis zeladores, a quem foi entregue um ‘kit’ para desempenharem as suas funções, que inclui um telemóvel, um colete e um cartão identificador.

A apresentação pública do projecto decorreu na passada quarta-feira, nas instalações da Junta de Freguesia, tendo os zeladores recebido ainda um mapa que identifica a área pela qual são responsáveis. Para o presidente da Junta de Freguesia, este projecto incentiva a participação cívica dos moradores de Agualva.

Rui Castelhano realça que, informalmente, já existe um conjunto de pessoas que alertam a Junta para "mil e umas coisas que se passam no espaço público". Agora, trata-se de criar uma figura que identifique as ocorrências e as reporte ao órgão autárquico e à força policial. "Os zeladores de bairro têm de estar atentos a tudo o que achem que não está bem, desde buracos na calçada ou na estrada, até um carro mal estacionado que perturbe muito a circulação, questões de ruído ou de iluminação", explica o autarca, que, em nome do executivo de Agualva, garante que tudo fará para que os alertas não caiam em ‘saco-roto’. "Mas, grande parte das não-conformidades no espaço público nem são competências, mas assumimos um papel dinâmico de recepção e avaliação das ocorrências e, depois, encaminhamento e pressão junto das entidades próprias com vista à resolução das situações". Para a semana em curso, está agendada uma reunião com a PSP para que "se perceba bem os limites do projecto" e, após essa acção, os zeladores vão desempenhar as suas funções. 

Na apresentação do projecto, o subcomissário Tiago Fernandes, comandante da esquadra de Agualva-Cacém, alertou, desde logo, que a "parte criminal é com a PSP". "Pretende-se que o zelador de bairro possa colaborar com a força policial, mas sem correr riscos", advertiu o subcomissário da PSP. O zelador de bairro pode, sim, alertar para a existência de uma vaga de crimes numa determinada zona, até para que sejam destacados agentes para assegurar o seu policiamento. Por outro lado, pode alertar para problemas na iluminação pública, que constituem sempre factores que contribuem para actos de criminalidade.


Álvaro Silva é um dos zeladores de bairro. O presidente da Associação de Pais da Escola Secundária Ferreira Dias já dedica parte do seu dia a zelar pela zona envolvente ao estabelecimento de ensino. "Pessoalmente, ao longo da minha vida, tenho feito este trabalho. Ando há 40 anos a colaborar com as forças policiais, com a Câmara e as juntas de freguesia, porque, quem está no poder, nunca pode ver tudo", disse o novo zelador de bairro. Álvaro Silva garante que não deixará de efectuar a sua ‘missão de vigilância’ em relação ao estabelecimento de ensino, "mas posso fazer muito mais e melhor ao colaborar com a Junta de Freguesia". 

Este serviço comunitário não será remunerado, dependendo dam disponibilidade dos voluntários, que devem percorrer uma vez por semana, pelo menos, a sua área de intervenção. A Junta de Freguesia assume os encargos com o almoço do zelador nos dias em que este desempenhar a sua missão.

Fonte: Jornal da Região - Sintra.

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