domingo, 29 de maio de 2011

Os parques de estacionamento, não cativam os utentes, porquê?



Reportagem: 

A Linha de Sintra serve actualmente 210 mil utentes por dia provenientes dos quatro concelhos por onde passa, sendo certo que a maior fatia cabe ao concelho de Sintra. É, pois, de estranhar que os parques de estacionamento criados pela Refer para os utentes da CP estejam às moscas.

Em Monte Abraão, o parque de estacionamento da Refer, Rede Ferroviária Nacional, com capacidade para mais de 500 viaturas, está sempre praticamente às moscas. Este é o resultado das verbas exigidas aos automobilistas para deixar o carro, com um valor mensal a rondar os 20 euros. Pode não parecer muito, mas a somar ao passe da CP, Caminhos de Ferro de Portugal e a todas as outras despesas fixas às quais não há fuga possível, os 20 euros pesam e muito no orçamento mensal.

A maioria das pessoas que acede ao comboio na estação de Queluz/Massamá reside fora da freguesia de Monte Abraão, por isso opta por levar o carro até à estação e estacioná-lo num buraco qualquer.

As artérias mais procuradas e mais congestionadas são a Praceta António Correia de Sá e a Praceta 1.º de Maio, onde os próprios moradores evitam sair de carro para não perder o lugar. "Nestas ruas moram muitos casais de idosos que às vezes querem ir ao médico e não podem sair porque já sabem que se tiram o carro perdem o estacionamento o dia inteiro", aponta Maria de Fátima Campos, presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão que lamenta o subaproveitamento do parque de estacionamento junto à estação. "O dia mais rentável para o concessionário do parque é o sábado, por causa da feira, porque ao dia de semana não se vêem lá mais de 50 carros".

Na opinião da autarca só há uma solução: a gratuitidade do parque quer para os utentes da CP, quer para os moradores da freguesia. "Estamos a falar de uma freguesia que tem um quilómetro e meio quadrado de área e 45 mil habitantes. É tudo prédios no mínimo de dez andares, com uma média de dois carros por apartamento. Onde é que arranjo estacionamento para tanta gente?", questiona Maria de Fátima Campos.

Para facilitar a vida quer aos moradores, quer aos utentes da CP, o parque deveria ser gratuito, defende a presidente de Junta, garantindo que para que esta medida fosse possível a própria Junta de Freguesia se encarregaria da vigilância do local, porque a manutenção do mesmo já é da sua responsabilidade, como contrapartida da realização da feira.

Utilidade zero.Para além do quebra-cabeças que é encontrar um buraquinho para deixar o carro, o problema da não utilização dos parques criados pela Refer está a afectar também, e principalmente, os moradores nas imediações das estações.

Como é o caso de Américo Gonçalves, residente em Rio de Mouro há 42 anos. Aos dias úteis, a partir das 6.30 horas, as principais ruas perto da estação enchem-se de viaturas. E os parques permanecem às moscas. "Isto para mim tem um nome: má gestão do espaço público.

Os moradores são os mais prejudicados, se saímos cedo, depois não encontramos lugar para deixar o carro e temos de andar às voltas. Não percebo porque as pessoas que vão para Lisboa não deixam a viatura no parque próprio, penso que as mensalidades até são económicas..." 19 euros por mês é quanto tem de desembolsar um utente da CP se quiser deixar o carro no parque de estacionamento de Rio de Mouro.

De acordo com o funcionário da empresa no local, existem cerca de 50 utilizadores mensais. Ou seja, restam 150 lugares vazios. No lado oposto da estação, na Rinchoa, existem mais dois parques, cuja utilização também não é significativa. Mais uma vez quem paga são os moradores e a própria freguesia, porque estacionamento desordenado está descontrolado.

"Anda a Junta de Freguesia a gastar dinheiro em pilaretes e a reparar passeios para remediar uma situação que não vai mudar enquanto a Refer não tomar medidas de incentivo à utilização do transporte público.

O estacionamento está completamente desordenado, os moradores queixam-se imenso. Quem habita junto à estação não pode sair de manhã, se não só tem lugar à noite", aponta Filipe Santos, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro.

Na sua opinião uma mudança importante é a gratuitidade dos parques. "A população de Rio de Mouro utiliza três estações, a de Mira Sintra-Meleças, a de Rio de Mouro e a da Tapada das Mercês e o triste é que todos os parques destas estações estão vazios, não se pode dizer que algum tenha realmente utilidade", sustenta Filipe Santos.

Fonte: Jornal O Correio de Sintra
 

» Senão houver parques de estacionamento gratuitos, nas áreas limítrofes das estações ou com pagamento simbólico, ninguém ou quase irá estacionar lá. Logo, deixam de ter utilidade.

Torna-se urgente que estas situações sejam corrigidas e além disso, que se fomente a instalação de silos de superfície e subterrâneos, para complementar os parques, ao mesmo tempo que se promove a utilização do transporte colectivo. Mas para isso é necessário que as entidades responsáveis tenham a inteligência de facilitar esse hábito, com medidas concretas nesse sentido. A lógica do lucro nem sempre é a mais adequada. Nesta situação vê-se perfeitamente que é completamente errada!

Por estas e por outras razões, no dia 5 de Junho, coloque uma cruzinha na sigla: PNR. Não fazemos quaisquer promessas. O sentido de Bem-servir a população é a vontade e o dever dos Nacionalistas.




Viva Sintra! Parcela de Portugal