domingo, 1 de abril de 2012

O Sintra Museu de Arte Moderna, está encerrado há meses. Porquê?

 
Este importante equipamento cultural, situado numa zona central e a paredes-meias com o CCOC, Centro Cultural Olga de Cadaval e não muito longe dos Paços do Concelho, encontra-se fechado ao público há vários meses. O espaço do antigo Casino de Sintra, rebaptizado em 1997 de Sintra Museu de Arte Moderna, ostenta um pequeno aviso na porta onde anuncia aos interessados: “museu encerrado para mudança de exposição”. Após albergar a Colecção Berardo; uma exposição do “World Press Cartoon" (caricaturas da imprensa mundial) e uma apresentação no âmbito do Congresso da Organização Cidades Património Mundial, OCPM, nunca mais abriu.

Segundo parece, uma fonte não oficial da Câmara Municipal, garantiu que o espaço em questão, já não abrirá com a Colecção Berardo (é evidente que não, visto que já existe o Museu Colecção Berardo no Centro Cultural de Belém!). Diz-se que se está a estudar o que se há-de fazer com o museu...

Parece mentira, mas é verdade. Meses a fio e ainda não há qualquer actividade dinamizadora; nem utilidade duradoura para o Sintra Museu, num município com uma visitação frequente de turistas e de cidadãos locais, interessados nas questões culturais, recusa-se a criar uma dinâmica potenciadora de desenvolvimento cultural, passível de obter lucro. Sim! Porque a Cultura não é apenas despesa. Pode e deve ser investimento e posteriormente, rendimento. Isto se houver interesse; visão e competência. Não há…


Parece evidente, que este local e edifício, inseridos numa zona agradável e central, poderia e devia apresentar várias actividades multidisciplinares e complementares, desde: exposições de escultura; pintura; arquitectura; edições; colóquios e tertúlias. Talvez até, actuações musicais, alterando-se a sua designação Arte Moderna; agregá-lo ao Centro Cultural Olga Cadaval; ou por hipótese, ressuscitar o antigo Casino. Agora mantê-lo encerrado há meses como está? Não é solução!

Por incrível que pareça, até existe uma empresa municipal chamada, Sintra Quorum, Gestão de Equipamentos Culturais e Artísticos, EM desde Fevereiro do ano 2000. (que não devia existir, porque além de dar prejuízo, retira funções próprias do executivo camarário e que além disso, não parece preocupar o governo com os gastos des/necessários ao seu funcionamento! Deve ser por causa dos seus filiados partidários, que a integram.

A grande maioria das Empresas Municipais, não tem razão de existir. Era muito mais sensato dissolve-las, do que reduzir freguesias! Sobretudo com o anteprojecto previsto para o Município de Sintra, que praticamente termina, com todas as freguesias rurais de Sintra! Os signatários do Memorando de Entendimento da Troika, (PS; PPD-PSD; CDS-PP) lá devem saber o que assinaram. Devem, sedo ou tarde, ser chamados a prestar contas. Resta saber a quem...)


Mais. Além desta empresa municipal, temos dois Vereadores responsáveis por esta temática. A saber: o Sr. Dr. José Ramos da Divisão de Turismo e a Sª Dª Maria Simões com duas divisões: Divisão de Animação Cultural e Divisão de Bibliotecas; Museus e Património Histórico-cultural. Repare-se que além de 1 empresa municipal, existem 2 vereadores com responsabilidades nesta matéria! Portanto 2 Entidades: executivo da Câmara Municipal e Sintra Quorum, não são capazes de dar uma solução para o ex. Sintra Museu de Arte Moderna! Será que as restrições financeiras actuais, são impeditivas de dar uma actividade ao Sintra Museu? Ou são apenas a falta de interesse e saber daqueles que lhes estão adidos? Arrisco a dizer que a resposta a esta questão tem as duas causas em simultâneo…

Também é evidente, que esta área em concreto, tem necessidade de um único Vereador para as três divisões: Turismo; Animação Cultural; Bibliotecas, Museus e Património Histórico-cultural, juntamente com uma divisão para os Equipamentos Culturais e Artísticos, assistido por Gabinetes ou Direcções especializados, dissolvendo-se a Sintra Quorum, pelo simples facto de que estas actividades, devem funcionar em simultâneo e em sintonia, para terem um aproveitamento optimizador de todas as suas potencialidades, conforme se impõe.


Por outro lado, resta saber se os Exmos Vereadores em causa, exercem a sua actividade a tempo inteiro! Sabe-se por isso, que as empresas municipais, retiram trabalho aos Vereadores e que alguns, exercem apenas as suas funções públicas a tempo parcial, o que explica muitos problemas existentes na falta de eficiência e qualidade da Administração Pública Municipal!

A cultura pode e deve ser pólo de desenvolvimento económico e social local, onde seja sensato investir com inteligência e competência. O Nacionalismo apresenta soluções credíveis, mas que apenas podem ser executadas por ele, na medida em que os partidos do costume, empoleirados no poder para se servirem, após a vitória conquistada nas eleições, rapidamente se esquecem das responsabilidades inerentes aos cargos que exercem de forma maioritariamente medíocre e nalguns casos vários, autênticos crimes públicos. Cabe aos Sintrenses mudar para melhor.

Fonte: Jornal da Região - Sintra, adaptado pelo autor.


 Viva Sintra! Pela Cultura Autóctone!