sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Museu abandonado de arte moderna, regressa a Casino de Sintra: eventos culturais.

 
O Sintra Museu de Arte Moderna está definitivamente enterrado.  O Casino de Sintra ficará sob gestão da empresa municipal Sintra Quorum. Uma dinamização que coloca um ponto final na indefinição em torno do equipamento cultural que, nos 2 últimos anos, estava votado a algum marasmo.

Após a saída da Colecção Berardo em 2011, o edifício  tem recebido exposições esporádicas, como uma mostra no âmbito do Congresso das Cidades Património Mundial (Novembro de 2011) e as edições anuais do World Press Cartoon, e ostenta, na maioria do tempo, o aviso de que se encontra encerrado para mudança de exposição. Ao longo deste tempo, a autarquia de Sintra equacionou o destino a dar ao equipamento que acolheu, desde 1997, o espólio do empresário Joe Berardo.

A partir deste mês, o antigo Casino vai oferecer uma programação regular de eventos culturais, com destaque para exposições, sob a gestão da Sintra Quorum. O primeiro evento, a exposição "DIIS MANIBVS-Rituais da Morte durante a Romanidade", é apresentado pelo Museu Arqueológico de Odrinhas que, aliás, irá receber a mostra a apartir de 5 de Fevereiro e ao longo de 2013. Uma exposição que desvenda"as atitudes do Homem perante a morte" e dá a conhecer um conjunto de materiais arqueológicos descobertos na região, "com especial destaque para aqueles que testemunharam as várias práticas aqui utilizadas, naquele domínio, desde o início do Império até aos finais da Antiguidade Tardia".


Os materiais expostos provêm de escavações arqueológicas realizadas, há décadas, em locais como Casal de Pianos//Fetal (São João das Lampas), Santo André de Almoçageme (Colares) e Granja dos Serrões (Almargem do Bispo) e, mais recentemente, no Casal do Rebolo e Casal do Silvério (ambas em Almargem do Bispo).

No início de 2013, o antigo Casino vai acolher uma exposição relativa ao Ano do Brasil em Portugal, revelou Fernando Seara ao JR, realçando que a programação do próximo ano"já está totalmente definida". "Na primeira parte do ano, vamos envolvermo-nos num evento de continuidade do Ano do Brasil em Portugal", adiantou o presidente da Câmara de Sintra.

Para confirmar a nova era do equipamento, cujo edifício data de 1924, da autoria do arquitecto Norte Júnior, Fernando Seara propôs ao executivo que o espaço se designe como Casino de Sintra. O edil justifica que ouviu "várias pessoas de Sintra que me disseram que o nome pelo qual é conhecido o edifício é "Casino de Sintra".Uma memória da primeira actividade do edifício e que perdurou, ao longo de décadas, apesar de ter acolhido ali funções públicas, como um liceu, repartição de Finanças e Registo Civil. Na proposta que submeteu ao executivo, que acabou adiada para a próxima reunião, o autarca salienta que na lembrança dos sintrenses "perpetuou sempre a mesma identificação e a  referência do seu passado glorioso. Agora, numa nova encruzilhada do tempo e de novas vontades de mudança, precisamos de dar novo alento e direcção ao espaço". João Carlos Sebastião.


A articulação entre o edifício do antigo Casino e o vizinho Centro Cultural Olga Cadaval há muito que era defendida no seio da Sintra Quorum. No relatório de gestão de 2010, é preconizado que, com vista"a uma utilização mais polivalente e complementar" do Olga Cadaval, a ligação entre os dois equipamentos, que já existe em termos físicos,"dever-se-ia consumar em pleno", assumindo-se estes equipamentos como um verdadeiro Centro Cultural.

"O aproveitamento integral deste complexo, funcionando como um todo, potenciaria exponencialmente o leque de eventos que passariam a ter condições de realização em Sintra, de entre os quais destacaríamos exposições temporárias internacionais de ‘primeira linha’ e congressos de grande dimensão, que até ao momento, não têm qualquer espaço no município que os possa acolher", pode ler-se no relatório da empresa, que considera que, além da "inegável vantagem competitiva para o concelho", a integração dos dois equipamentos seria "mais uma importante fonte de receita".

Fonte: jornal da Região - Sintra.

Viva Sintra!