Como é sabido, o recente acordo entre a Refer, Rede Ferroviária Nacional, EPE (Entidade Pública Empresarial ou seja, uma espécie de EP, Empresa Pública) cuja função é a gestão e administração de infra-estruturas ferroviárias do Estado e a EMES, Empresa Municipal de Estacionamento de Sintra, causou uma maior penalização na utilização do transporte colectivo, através da introdução do pagamento de taxas de utilização de um estacionamento público, como é o caso do Parque de Mira-Sintra/ Meleças, que era gratuito até Janeiro de 2012. Neste parque não existe mais nenhum interface para transportes públicos. Como se vê o caso não constituiu qualquer entrave para a colocação de taxas de utilização.
Dizem que esta transferência de gestão é positiva, porque permitirá à autarquia uma maior intervenção na gestão do trânsito e do parqueamento em zonas de muita procura. Pois é, mas não é a Autarquia que irá fazer a gestão como devia, mas sim, a EMES que parece pôr o lucro à frente destas vantagens. Claro que não é de espantar. Afinal a empresa EMES existe precisamente para isso: ter rendimento com a sua actividade.
Mas acontece que a EMES não devia existir, assim como a maioria das Empresas Municipais, criadas para empregar indivíduos filiados nos partidos do costume, ou melhor dos maus costumes! Porque retiram funções que dizem respeito à própria Autarquia e carregam mais ainda a população com mais taxas, para serem rentáveis e pagarem salários aos seus funcionários…
A introdução das novas taxas vem agravar as condições de vida de uma população já de si própria sobrecarregada com as políticas de austeridade impostas pela Troika internacional, aceites pelos partidos que normalmente ascendem ao governo (vá-se lá saber por quê) e que foram causadas por uma administração danosa e uma bancarrota da autoria do des/governo socialista anterior, como sabemos. No caso dos utentes da Linha de Sintra da companhia, Caminhos de Ferro de Portugal, vulgo CP, vão ser penalizados com a taxação dos parques, secundada pelo aumento recente dos títulos de transporte, assim como, a redução da oferta de comboios. Mais, o governo acaba de anunciar novo aumento na rede de transportes públicos em + 5%, devido ao alto prejuízo dessas empresas públicas de transportes, cujas causas são várias desde a má administração/gestão, até à própria organização jurídica da empresa e do sistema económico...
Em vez de se promover a utilização do transporte colectivo, para diminuir as actuais importações de combustíveis e a desabituação do uso sistemático do transporte individual, ainda que com sacrifício dos seus entusiastas, (nos quais eu me incluo) já para não falar nas responsabilidades acrescidas para a Câmara Municipal com a recente Declaração de Sintra sobre questões ambientais da Organização das Cidades Património Mundial, OCPM, faz-se exactamente o contrário! Todas as taxas cobradas em parques de estacionamento de outras estações do nosso município construídos com dinheiro público, mostra a experiência, sempre foram um entrave a uma utilização maior destes espaços, por parte dos utentes dos transportes colectivos, quando o que se pretende é a sua utilização por parte das pessoas que deles necessitam e não o gasto de verbas, que depois não são aproveitadas por ninguém, a não ser pelo empreiteiro que fez a obra ou por alguma empresa municipal, mas sem o usufruto da população e a salvaguarda do ambiente.
Num comunicado a Autarquia informa que num período de 24 horas os utentes têm que pagar 1,50€, que são cerca de 300$00 na moeda antiga. Nos vários parques que existem: Queluz/Belas; Monte Abraão; Rio de Mouro; Tapada das Mercês; Portela de Sintra e Mira-Sintra/Meleças, pode-se estabelecer uma avença de 20€ por 24 horas. Nos parques de Queluz/Belas e Portela de Sintra no período das 7:00 às 22:00 oferece-se uma avença de 18€ e em Monte Abraão, pelo mesmo período custa 15€ ao mês.
Como se vê, embora tenha havido algumas reduções nalguns parques, torna-se demasiado dispendioso para a maioria dos utentes a utilização de transportes colectivos, com as taxas anunciadas! O que já motivou vários protestos de pessoas que deixavam os seus automóveis nesses parques e apanhavam o comboio para Lisboa…
Torna-se imperativo, a redução de taxas nos parques e avenças ou a sua isenção aos portadores de títulos de transporte colectivo, de maneira a não desincentivar a utilização dos transportes públicos e não agravar o custo de vida em geral. Além disso, os parques de estacionamento junto das estações, deviam ser gratuitos e não taxados como acontece, para promover uma maior utilização do transporte colectivo.
Por outro lado, a construção de silos de estacionamento automóvel e parques subterrâneos nas áreas mais urbanizadas e nos projectos de construção ou reconstrução das habitações também se impõe, para libertar espaço e facilitar a circulação, além de aumentar os parques de estacionamento nos terminais das estações, embora a crise actual crie dificuldades, devem ser gratuitos sempre que possível. No máximo com taxas simbólicas. Além disso não é aceitável.
Assim sendo, importa clarificar que é necessário senão urgente, aplicar esta política que o Nacionalismo renovador do século XXI propõe, com o objectivo de servir a Pátria em geral e a população sintrense em particular.
Viva Sintra! Caminhando em direcção ao futuro!