sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Agregação de freguesias em Sintra? Primeiro foi decido ser favorável, agora são contra...

A Câmara de Sintra aprovou esta quarta-feira uma proposta (anexa) que considera que o município “não deve, não pode” emitir a pronúncia prevista na lei da reforma administrativa, sem antes esclarecer algumas “dúvidas e dificuldades”. No documento aprovado por maioria na reunião de câmara, Fernando Seara justifica que “a especificidade demográfica e territorial do município e da maior parte das freguesias não permite a emissão de pronúncia sem colocar em causa os objectivos inerentes à própria reorganização territorial”.
 
Seara aponta o caso da freguesia de Algueirão-Mem Martins, com 66250 habitantes, “uma densidade populacional já excede os parâmetros previstos na lei, o mesmo podendo vir a suceder com outras freguesias que venham a ser criadas por agregação”. “Sem esclarecer qual a solução técnica a conferir a Algueirão-Mem Martins, que já ultrapassa em mais de 15 mil o número máximo de habitantes recomendado”, a emissão de pronúncia é um “exercício tecnicamente impossível e não sério, com evidentes consequências no domínio do respeito pelo princípio da proporcionalidade decorrente do próprio princípio da igualdade, constitucionalmente assegurados”. 

 
O autarca alerta ainda que a reorganização administrativa “não poderá veicular a criação de novas freguesias cuja dimensão populacional acarrete, na prática, a sua ingovernabilidade ou, no mínimo, o desvirtuamento dos pressupostos que estão na sua génese: as relações de vizinhança e de proximidade”. Em causa estão freguesias que, a serem agregadas, também poderão vir a ultrapassar o limite dos 50 mil habitantes considerado admissível ou recomendável pela Lei 22/2012.

No entanto, Fernando Seara esclarece que “tal conclusão está longe de significar uma qualquer posição de descomprometimento ou sequer de não pronúncia”. Nesse sentido, o presidente da Câmara propõe à Assembleia Municipal (que reúne hoje) que solicite à Unidade Técnica da Assembleia da República que esclareça qual a metodologia a adoptar para resolver estas “questões técnicas”. A autarquia pede igualmente um parecer sobre a eventual suspensão do prazo para a pronúncia do município. 

Fonte: Luis Galrão / Tudo Sobre Sintra.

  
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